Pigmento feito com nanopartículas de ouro muda gradualmente de cor à medida que é aquecido

Um pigmento que possui a curiosa característica de mudar de cor após ser exposto à luz de um laser foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa ficou com o primeiro lugar do Prêmio Abrafati-Petrobras de Ciência em Tintas 2006, o mais importante do setor, entregue pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas em parceria com a Petrobras Distribuidora. A substância, desenvolvida com tecnologia em escala nanométrica (1 nanômetro é igual a 1 milímetro dividido por 1 milhão), é constituída por nanopartículas de ouro depositadas sobre hidrotalcitas – um pó branco formado por hidróxido de magnésio e alumínio, com estrutura em forma de pequenas lâminas.

As nanopartículas de ouro, quando suspensas em água, formam soluções avermelhadas. Essa coloração resulta da interação da luz com os elétrons da superfície das nanopartículas, que se movimentam como ondas. Quando as nanopartículas  se aproximam, ocorre uma espécie de interferência entre as ondas, dando origem a uma coloração violeta. Isso permite que elas sejam usadas como sensores químicos e biológicos pela modificação de suas superfícies, de forma que possam sinalizar a presença de moléculas e anticorpos por meio da mudança de cor.

Fonte: Revista Pesquisa FAPESP, edição de maio de 2007.

http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=3231&bd=1&pg=1&lg= (acessado em 14/12/2010)